sábado, 11 de abril de 2009

As férias da Páscoa

Andamos todos atarefados. A corrida da Páscoa, para fugir à cidade e regressar às origens, onde se vai celebrar tradições que já não nos dizem nada, e de que não entendemos o significado, mas das quais somos todos piamente devotos. Pelo menos durante uns dias.
E podemos dar-nos ao luxo de esquecer que a vida vai mal e que o mundo vai mal.
Não vale de muito pormo-nos em lamentações. A vida vai continuar mal e o mundo também. A diferença pode estar na atitude.
Li há dias, num dos jornais gratuitos que puseram os portugueses a ler nos transportes, a notícia de dois jovens, de onze anos (onze!) que espancaram dois colegas, de nove e onze anos. O móbil desta briga parece ter sido o facto de se terem recusado a entregar os ténis, o dinheiro que levavam e os telemóveis. O mais novo foi encontrado a deambular numa rua, todo ensanguentado. O outro, semi-incisciente numa ravina. O mais novo teve de ser operado, o mais velho transportado de helicóptero com um traumatismo craniano. Os rapazes usaram tijolos, facas e murros.
Aconteceu esta semana, numa localidade do Reino Unido, Parece longe, mas não é.
Há várias perguntas que me saltam de repente... Mas duas deixo aqui: como é que se chegou a este tipo de atitude? De quem é a culpa?
A culpa é nossa, claro está. Da sociedade. Partindo do princípio que a sociedade somos nós, que a construímos e regulamos, alguma coisa devemos estar a fazer muito mal... E esta atitude, esta violência gratuita, não está sozinha nem isolada. Olha para o lado. Repara no que vês todos os dias. E pensa no que isso significa.
A mudança começa agora. É este o tempo. Não o amanhã. Amanhã pode ser demasiado tarde. E começa em cada um. Em ti.
Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
Boas festas da Páscoa.

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